domingo, 20 de abril de 2025

VIAGEM NO TEMPO... AOS ANOS 80




Já teve um desse?

Hoje, algo para a galera que fica desesperada por aí para montar uma boa playlist da década que marcou muita gente, mas que ainda mexe no celular toda desajeitada, caçando aqueles nomes e sons que remetem fortemente àquela era, quando todos ficavam meio entorpecidos pelo cheiro brabo de prova de escola rodada no mimeógrafo, ou ficavam na dúvida entre pedir no bar uns cruzeiros de chiclé Ploc, ou Ping Pong (eu preferia o Ploc).

Gente como eu, nascida nos anos 70, e que foi viver boa parte da infância e juventude entre os anos 1980-1990. Agora podem ficar sossegados: seus problemas acabaram, como diria o pessoal do bom e velho Casseta e Planeta.

Essa seleção que segue é pra fazer qualquer marmanjo desabar, se lembrando como foi difícil, naqueles anos, se desvencilhar da morte certa por engasgamento com balinha Soft.

Sim, é óbvio. Se estamos aqui, somos bons, somos guerreiros, e somos sobreviventes! Conseguimos até atravessar uma pandemia. E tantas outras coisas. O que é um vírus diante daquele sempre constante perigo da balinha Soft, ou mesmo do berreiro de dor proporcionado pelo Merthiolate (ou Violeta Genciana), numa ferida após ralar o joelho com um tombo de Caloi, não é mesmo?

Não é, de modo algum, uma lista taxativa: temos certeza de que muita coisa boa ficou de fora. Mas é o que melhor visualizamos também, em algumas seleções de canções bem recorrentes e com mais plays, por toda a web. 

Concentre então a sua imaginação na imagem de uma bela caneta Bic girando na fitinha K-7, para recuperá-la do enrolamento no tape deck, e bora ver/ouvir alguns dos hinos que recriam totalmente aquela atmosfera de uma época que muita gente nunca, jamais esquecerá.



Drive - The Cars (1984)

Hit imortal daquela que foi simplesmente uma das maiores bandas do movimento pós-punk new wave dos anos 80, essa balada maravilhosa foi uma daquelas músicas do grupo que não estavam entre as várias cantadas pelo seu líder, vocalista e guitarrista Ric Ocasek (falecido em 2019), mas sim, pelo loiro baixista Benjamin Orr (também já falecido, em 2000), dono de uma voz belíssima e muito melódica. O videoclipe é um clássico também, que introduziria para o mundo a supermodelo tcheca Paulina Porizkova, como a interna de um sanatório - e que se tornaria a namorada de longa data de Ric. 



I Want to Know What Love Is - Foreigner (1984)

Um dos grandes êxitos que catapultou para o sucesso mundial essa banda de pop hard rock, gênero muito popular no início da década, e que contou com uma preciosa ajuda do coral gospel New Jersey Mass Choir, para o seu grand finale



Voyage, Voyage - Desireless (1988)

Não houve quem, no final dos anos 80, não dançasse com esse típico representante da tendência technopop decadence do grupo francês Desireless, que acabou tendo apenas esse megahit mundial. Mas que virou uma praga nas boates da época, e no dial do rádio, ah virou mesmo.



Take on Me - A-Ha (1985)

Se há alguém na face da Terra que ainda não ouviu a famosa introduçãozinha, ou tentou acompanhar até não conseguir atingir as notas mais altas do refrão desse clássico do A-Ha, é porque realmente se retirou para algum refúgio inóspito de meditação nos alpes do Himalaia, ou foi abduzido do planeta por um OVNI antes dos anos 80 e nunca mais voltou - mesmo assim, há risco de nesses lugares essa música grudenta ter tocado também. Puro suco dos anos 80, o pop perfeito, na instrumentação tecladeira e na linda voz irrepreensível de Morten Harket - é impossível não se emocionar, sobretudo com o videoclipe misturando storytelling e animação, que também fez história.


Never Say Goodbye - Bon Jovi (1986)

O líder absoluto do pop hard rock poseur e glam dos anos 80 (estilo pejorativamente chamado de "metal farofa", por muitos), com muito cabelão armado de laquê, jeans surrados e jaquetas coloridas, o Bon Jovi tinha que estar nessa lista, com a mega estouradaça balada 'Never Say Goodbye'.


Maria Magdalena - Sandra (1985)

A bela cantora alemã Sandra Cretu, que foi uma das expoentes do estilo new wave em sua terra natal - ao lado da loucona Nina Hagen - arrebentou mundialmente com essa balada dançante, que tocou até furar todos os vinis nas vitrolas brasileiras da época. Super marcante.



Save a Prayer - Duran Duran (1982)

Tendo seu nome inspirado por um dos personagens do insano filme sci-fi 'Barbarella', com Jane Fonda (veja aqui), um dos mais célebres e famosos grupos do movimento new wave, que buscava revitalizar elementos da música pós punk com influências eletrônicas e misturar vários estilos, o Duran Duran teve um de seus grandes sucessos, ainda do seu primeiro disco, com essa fascinante balada hipnótica, que no Brasil foi parar na trilha sonora da famosa novela da Globo, Sol de Verão.



Eyes Without a Face - Billy Idol (1983)

Era impossível assistir o clipe desse icônico hit de Billy Idol, e não dar umas risadinhas na parte, perto do refrão, em que uma sequência de batidinhas da bateria eletrônica é reproduzida pelas modelos no clipe dando tapinhas em seus próprios traseiros - tudo no maior estilo punk brega pop decadente e cheio de exagero, cuja bandeira Idol soube tão bem levantar, ao longo de boa parte de sua carreira depois que se estabeleceu nos EUA; ele era egresso do grupo punk inglês Generation X, com quem já havia feito relativo sucesso em sua terra natal, a Inglaterra. Histórico e hilário.



All Through the Night - Cindy Lauper (1984)

A graciosa Cindy, com sua eterna carinha de boneca fofa e manhosa, tem uma fileira de hits dignos de representar ao máximo os anos 80, o que não é pouco - mas escolhemos essa faixa de seu primeiro disco devido à sonoridade super bem trabalhada nos teclados, e por ter sido simplesmente uma das músicas internacionais mais tocadas no Brasil, naquele ano.



Don't Dream it's Over - Crowded House (1986)

Também fez parte de trilha sonora de novela da Globo, também embalou muitos apaixonados na dancinha agarradinha dos finais de festa da época: esse baita sucesso do grupo Crowded House, especialista em fazer um som rebuscado que emulava o estilo de bandas dos anos 60, mas com uma pegada anos 80.



Lover Why - Century (1986)

O único grande megahit da banda francesa de pop metal Century, que arrepiou geral com a voz rasgada de seu vocalista Jean-Louis Milford, e os devaneios guitarrísticos de Pierre Gauthé - que passou raiva em muito moleque iniciante no instrumento da época, que não conseguia reproduzir aquele solo irado.



Build - The Housemartins (1987)

Essa música faz parte daquela curiosa seleção de canções para as quais ninguém dava bola para o que a letra queria dizer, no Brasil, e eram consideradas 'românticas', porque estavam ligadas à trama amorosa de algum personagem de novela da TV Globo, em que fizeram parte da trilha sonora (nesse caso, Bebê a Bordo). A letra versa sobre a desmedida ambição de empresários do ramo imobiliário, que na época estavam demolindo e construindo edifícios em várias áreas tradicionais do Reino Unido, nada a ver com qualquer tipo de plot romântico. Eram também curiosos os apelidos brasileiros que os radialistas doidos da época davam a esses hits, simplesmente por uma impressão fonética que o refrão ou parte da canção sugeria: aqui, o refrão em que o vocalista canta "bu-bu-bu-build", com forte sotaque do inglês de uma região de Londres, fez com que muitos entendessem como "pa-pa-pa-papel", e pronto, essa bela música ganhou o subtítulo de "Melô do Papel", em nosso Brasilzão. O mesmo ocorreria com o grupo dance Technotronic, e sua "Pump it Up" - virou "melô do poperô". 



Total Eclipse of the Heart - Bonnie Tyler (1983)

Isso aqui é mais anos 80 do que muita coisa anos 80. O clipe é uma ousadia, uma coisa de louco: envolve a roucona Bonnie Tyler em uma trama de escola interna, que vira castelo assombrado, alunos vampiros, muito balé "moderno" alucinado dos anos 80, e dá-lhe maquiagem e trajes extravagantes. O rapazinho se revelando no final, cantando em falsete e com os olhos brilhando no sobrenatural, é uma prova convicta de que os clipes dos anos 80 eram uma coisa bizarra, definitivamente não era para os fracos. Derreteu as vitrolas de vinil de muita gente na época, e toca demais em qualquer seção flashback até hoje.



Take My Breath Away - Berlin (1986)

Para as moçoilas que davam aquela suspirada forte apreciando um Tom Cruise todo faceiro, subindo pra fama com o primeiro 'Top Gun - Ases Indomáveis': o peito estufava e encolhia, de tanta paixão. Esta foi a música tema do filme, um fenômeno grudento e cujos acordes iniciais (com aquele sonzão de baixo emulado por um sintetizador, cortesia do compositor e produtor Giorgio Moroder) ainda ecoam bonito na cabeça de muita gente. 



Forever Young - Alphaville (1984)

Mais um grupo germânico de pop new wave que fez muito sucesso nos anos 80, com este que é considerado o seu "hino" - chato para alguns (de tanto que tocou, até saturar), mas extremamente significativo e nostálgico, para outros. O Alphaville continua na estrada, até hoje: tocou no Brasil em 1999, e atualmente está em uma turnê gigantesca pela Europa, onde ainda possuem muitos fãs.



We Are the World - USA for Africa (1985)

Para terminar, um dos momentos símbolo dos anos 80, e que foi tema do super assistido documentário The Greatest Night in Pop, em 2024, da Netflix (no Brasil: A Noite que Mudou o Pop), mostrando toda a verdadeira epopeia que foi, para os idealizadores do projeto beneficente USA for Africa (Lionel Ritchie, Michael Jackson, e o produtor Quincy Jones) reunirem uma constelação lendária de estrelas da música pop, da época, para gravar essa música tema, um marco nas canções de tributo a causas humanitárias. O enfeixamento de vozes diversas, que contribuíram para a icônica gravação em uma única noite (!!!), inteiramente registrada em vídeo, é fascinante: além dos próprios Lionel e Michael, gente como Stevie Wonder, Bruce Springsteen, Tina Turner, Bob Dylan, Cindy Lauper, Ray Charles, e et cetera, et cetera... Somente a nata. Todo mundo estava lá. Tocou muito, vendeu muito, marcou e ajudou muita gente. Fez história, e fez os anos 80.




Balinhas Soft



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terça-feira, 15 de abril de 2025

OLHA O GOLPE!

 

Acabou que "golpe" voltou a ser uma palavra da moda. Ou talvez, nunca tenha saído. 

A despeito das referências a certas situações ocorridas na última transição de poder do Poder Executivo Federal (2023/24), o que mais ganha as páginas de noticiários e sites é aquele tipo de golpe mais rasteiro mesmo, constituído pelo ato de ludibriar, enganar e iludir outrem, com o objetivo de aquisição de vantagens financeiras, o que se configura na seara do eternamente popular tipo criminal do art. 141 do Código Penal Brasileiro, o famigerado estelionato.

O intuito de evidenciarmos esse tipo de postagem aqui é muito mais como uma forma de utilidade pública, do que qualquer outro. Muitas pessoas ignoram perigos, são mais inocentes, e se deixam levar por mensagens atraentes e soluções miraculosas, principalmente nas redes sociais, como veremos adiante. A situação difícil na economia brasileira, com uma carestia enorme, custo de vida elevado e juros bancários altíssimos, deixa todo mundo apavorado com as finanças, os nervos à flor da pele, e aquele usual desespero para conseguir saldar as dívidas, propiciando um ambiente altamente favorável para golpistas que oferecem soluções de "dinheiro fácil".

Redes sociais: território fértil para a malandragem brasileira
 

O Brasil é ainda um país com um nível muito alto de desinformação - não em termos quantitativos, mas qualitativos; com os meios digitais, informação tem muita, mas falta a de boa qualidade. Assim sendo, ajude quem tem um nível de entendimento menor que o teu: divulgue os fatos que serão aqui mostrados, para o maior número de conhecidos possível.

Nos últimos tempos, redes sociais mais populares e repletas de usuários, como o Facebook, Instagram e X (Twitter), passaram a ser inundadas por anúncios de empresas financeiras, prometendo empréstimos facilitados de valores em poucos passos, em pouco tempo, e cumprindo os menores quesitos de contratação possíveis. Para se ter uma ideia, são anúncios direcionados principalmente a negativados e protestados, pessoas já afundadas em dívidas, e com pouca ou nenhuma chance de contratação de empréstimo pelos bancos mais usuais.

As chamadas são enfáticas: tudo na maior facilidade. O dinheiro sai rapidinho, rapidinho!

Aposentados e pessoas de menor instrução são os principais alvos desses tipos de estratégia digital criminosa.

Aqui temos alguns exemplos bem constantes, retirados do Instagram:




CredFácil: nesse, até a imagem da Patrícia Abravanel é utilizada...

Se a pessoa desesperada por dinheiro topa se inscrever e fazer a solicitação do valor que precisa, ela é levada a telas iniciais onde informará o seu CPF, e logo em seguida, vários dados pessoais seus são coletados. Para dar sempre uma maior impressão de segurança, e de que se trata de uma operação verdadeira, volta e meia aparece alguma mensagem dizendo que os seus dados estão protegidos, e que nenhum outro pedido será feito por outros meios, seja e-mail ou telefone (mas é claro, tudo que precisam coletar sobre você, já estão coletando aqui!). 

Depois de toda uma jornada de solicitação de dados e confirmações, frisando que dentro de poucos minutos o dinheiro será liberado na sua conta (enviado por Pix), chega a hora em que você é obrigado a dar a "contrapartida": o sistema explica que essa operação, segundo as regras do Banco Central, só pode ocorrer se a pessoa pagar antes um "seguro obrigatório" pelo empréstimo - uma espécie de garantia de que está financiando e vai pagar as parcelas depois - e aí pronto: chega a hora em que você é levado a uma outra página, onde tem que gerar um código Pix 'copia e cola', e pagar no mesmo momento, senão seu empréstimo não será liberado.

Não são valores muito altos. Uma média de 35 a 50 reais, em alguns casos - mas há outros em que o sistema gera valores maiores.

E se a pessoa pagar, adivinha? Vai ficar esperando o tal empréstimo cair na conta bancária dela, que nunca vem...

O famoso site de denúncias ReclameAqui já está repleto de relatos dessa natureza, relacionados aos mesmos fraudadores. Confira:







O grande problema é que, em todos esses casos, robôs de IA (inteligência artificial) estão gerenciando os atendimentos, colhendo dados essenciais das vítimas, como CPF, endereço, e-mail e renda (que acabam formando grandes bancos de dados, compartilhados com outros golpistas, para outras tentativas), e direcionam tudo da forma mais automática possível, facilitando e agilizando muito a dinâmica do golpe. Tudo feito para acontecer da forma mais rápida, e a pessoa não perceber (e nem entender) que está caindo no papo do empréstimo. Os próprios sistemas são feitos para induzir a pessoa ao erro.

A Polícia Federal e as Polícias Civis dos Estados já tem divulgado, recentemente, operações visando desbaratar várias dessas "centrais do golpe", que muitas vezes, acabam sendo escritórios ou salas de computadores de fundo de quintal, onde são geradas páginas e formulários de IA o dia inteiro, direcionando os incautos das redes sociais ao prejuízo. 

Apreensão de computadores de uma 'central do golpe', ano passado em São Paulo

A maioria desses perfis nem aparecem como fixos, se você efetuar uma busca normal por eles nas redes sociais. Eles ficam transitando e mudando de nome, como mais um indício fortíssimo de que são automaticamente gerados, e como forma de não serem denunciados e rastreados. Outra coisa bem interessante é que, se você for olhar nos comentários das postagens que oferecem os empréstimos, não há uma reclamação sequer dos mesmos! - sempre muitos elogios artificiais, inúmeros, falando o tanto que foi fácil, que foi rápido, que é uma maravilha... Tudo relato gerado por máquina também.

Hoje em dia, portanto, nos encontramos nessa condição terrivelmente perigosa, em que nem é mais o homem tentando passar o homem pra trás, mas o homem e a máquina, juntos, tentando passar o homem pra trás. A falta de vergonha da pilantragem, em tentar fazer o cidadão de trouxa, virou uma coisa alarmante. Um desassossego só.

Continua sempre valendo, portanto, aquela eterna máxima, de que "nada fácil demais é bom ou verdadeiro". 

Abra os olhos se, para auferir algum valor, de qualquer quantia que for, você tiver que cumprir a condição de pagar antes algum outro valor, para qualquer finalidade ou por menor que seja. É golpe.






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sábado, 12 de abril de 2025

ESCASSO

 

Duas horas da manhã, e minha cabeça dói. Algumas pontadas profundas que parecem acompanhar as batidas do coração. Há um profundo cansaço. Cansaço das coisas  desgastantes que nem o sono parece querer levar.

Eu me desfaço em vontades de abandonar pensamentos, mas eles voltam na ciranda mental das soluções almejadas e não conseguidas. Não há mais o que pensar da humanidade. Já me convenci de que todos procuram, de alguma forma, interagir das melhores ou piores formas possíveis, mas geralmente em favor de interesses daninhos. E nisso, a minha credulidade em alguma espécie de altruísmo da raça fica que nem o leite na gamela do gato faminto. Escasso.

Eu ainda não entendi qual é a da raça humana. Sinceramente.

Uma vez, uma funcionária de uma escola estava conversando comigo sobre o jeito que era o relacionamento dos pais dela. Já eram velhinhos e brigavam e caçavam picuinhas um com o outro, até não mais poder. Não houve um dia sequer, na companhia deles, em que ela não os visse resmungando e reclamando de alguma coisa um do outro. Assim continuou até o dia em que ele foi primeiro, faleceu. A mãe dela ficou, mas os meses seguintes foram se passando, e ela foi ficando cada vez mais cabisbaixa, fechada e amuada… Algo parecia não estar certo, e com três meses da partida dele, ela também se foi. O amor se manifesta de formas estranhas nas pessoas.

Eu ando sentindo uma vontade de ficar mais calado, que só eu sei.

Não adianta muito ficar falando, pois o vento e o ser humano levam as palavras da gente por aí do jeito que bem entendem. Mas o desatino que as pessoas sofrem para falar (e algumas muito, mas muito mais do que outras) é intenso. E justamente quando danam a falar com exagero, é que as piores coisas acontecem. Basta olhar por aí. Olhem os Estados Unidos. Olhem o resto do mundo.

Quando eu finalmente resolver me levantar da cama - o que, aliás, não estou com vontade alguma de fazer - provavelmente vou preparar um café bem reforçado para tomar. Dane-se o preço caro, vou meter o pó. 

Se isto me remete à famosa máxima de que “do pó vieste, ao pó retornarás”, apenas posso dizer que, se for para ser parte de um pó de terra boa, que faça nascer a mais bela e frondosa árvore, debaixo da qual alguém cansado como eu possa pegar uma sombra, olha, me arrisco até a dizer que não é má ideia.



(D. Selva - 11/04/2025)




Auto-retrato, de Francis Bacon (1977)



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terça-feira, 8 de abril de 2025

CULT MOVIES POR EXCELÊNCIA

 

O termo cult movie (ou filme cultuado) começou a ser utilizado por volta dos anos 1940/50, especialmente no mercado cinematográfico norte-americano, mas se popularizou mais em fins da década de 60 e início dos anos 70, quando filmes emblemáticos como El Topo (1970) e Rocky Horror Picture Show (1975), grandes fracassos nas datas de suas estreias, começaram a ser lentamente admirados e seguidos por legiões cada vez mais seletas e insistentes de fãs, que passavam a acompanhar (e em alguns casos, até exigir) suas reprises em alguns cinemas dos EUA. 

O "culto", por assim dizer, chegava ao ponto desses grupos de espectadores passarem até mesmo a se fantasiar como os personagens dos filmes, e frequentar repetidas sessões, que chegavam a inaugurar horários alternativos de exibição nas telonas - o citado fenômeno 'Rocky Horror' foi um desses casos, com fãs cosplay indo assistir o filme várias vezes e chegando a repetir todas as suas falas, em famosas sessões à meia-noite, que duraram até o final da década de 80, batendo um verdadeiro recorde mundial de exibições.

The Rocky Horror Picture Show

Poderia, então, o recente fenômeno Barbie (2023) ser considerado um cult movie? Não. Há uma diferença bem específica.

Barbie foi um blockbuster, um sucesso de bilheteria arrasador em sua estreia. E só. Agora periga ir sendo, aos poucos, esquecido e minorado.

O cult movie é um tipo de filme que, geralmente, não fez grande estardalhaço no seu lançamento, mas vai aos poucos gerando uma onda de seguidores que o torna especial e um ponto de referência, devido a vários aspectos diferenciais (estilo visual e estético, roteiro, performances), criando uma fama formidável na base do "boca a boca", e promovendo uma aura de inovação e reconhecimento artístico temporão, em relação à obra. São filmes tidos como "únicos", diferentes, que quebram certos paradigmas, e inovam na maneira de contar histórias e trabalhar personagens, efeitos e cenários, atraindo grupos seletos de admiradores.

Aqui, vou relatar uma lista dos meus (e de muita gente) cult movies favoritos, por um ou outro motivo. Filmes notáveis, que acabaram fazendo história fora do seu tempo.


BARBARELLA (1968)

O extravagante cineasta francês Roger Vadim, depois de dar um tempo com sua musa original, a rainha da beleza Brigitte Bardot, em seus filmes provocantes na terra natal, engatou um breve romance com a então nascente estrela norte-americana Jane Fonda (filha do lendário Henry Fonda), e desse envolvimento, foi gerada a loucura camp 'Barbarella', uma obra-prima da estética hippie-futurista e repleta de simbolismos dos anos sessenta, que acompanha uma agente espacial (interpretada por Fonda) que deve deter um cientista maluco cuja invenção põe em risco o destino do universo. O nome do bacana? Duran Duran - isso mesmo, foi daqui que saiu o nome da famosa banda pop que faria sucesso uns quinze anos depois... Inovador para a época (para hoje, provavelmente cafona), displicente, psicodélico, e com algumas pitadas de erotismo blasé, o filme marca o início do sucesso de Jane Fonda na sétima arte, e ainda faz parte do imaginário de muitos cineastas que foram influenciados por sua atmosfera: do também francês Luc Besson até o próprio George Lucas, de Guerra nas Estrelas.


SUSPIRIA (1977)

O cinema do italiano Dario Argento é denso, claustrofóbico, obsessivo... De suas incursões iniciais em célebres giallo (o gênero de filmes de psicopatas assassinos italianos), ele foi crescendo no cinema de horror, e em 1977 praticou esse clássico soturno que é 'Suspiria'. Um filme absolutamente sinistro, arrepiante e surpreendente, com uma trama original onde você nunca sabe até onde vão chegar o desespero e a busca, para elucidar mistérios, de uma jovem bailarina, às voltas com o ambiente ameaçador de uma terrível escola de dança que ela, se fosse mais esperta, nunca, jamais deveria ter ido frequentar. Uma película de emoções fortes e imagens marcantes, cheia de gente estranha e macabra, tomada por uma aura simplesmente assombrosa o tempo inteiro. Rodado com cores fortes, que priorizam o rubor do sangue, e eletrizado por uma trilha sonora que te deixa atônito (da banda Goblin), foi refilmado nos EUA em 2018. Ficou ok, mas nada perto da insanidade que é o original.


REPO MAN (1984)

Uma ousadia travestida de ficção científica, 'Repo Man' é simplesmente um manifesto punk dos anos 80, um filme em ritmo de desleixo e pegadas de humor negro e videoclipe, que dispara todos os tiros em direção ao caos repressor que o mundo vivia na época, com Reagan e Mrs. Thatcher no poder, nos EUA e Inglaterra. Corrosivas críticas sociais e deboche na história de um jovem "repossessor" (vivido por um jovem Emilio Estevezna Los Angeles do futuro, emprego comum de reintegração de posse de veículos não pagos, e que acaba se deparando com um carro muito doido, onde até mesmo o poder alienígena vai se manifestar... É um fiapo de trama, que serve mais como pano de fundo para situações cômicas e absurdas, criadas pela mente bizarra do irreverente e mordaz cineasta britânico Alex Cox, autor dessa verdadeira pedrada nos sentidos.


MAD MAX (1979)

Até hoje, um dos maiores fenômenos do cinema de ação australiano, o filme que lançou Mel Gibson para o megaestrelato mundial era uma aposta ousada do estudante de medicina George Miller, que idealizou a história de um jovem policial determinado e louco por justiça e vingança, em uma terra pós-apocalíptica dominada por gangues violentas, barbarizando e disputando gasolina como se fosse suas vidas. Uma charmosa aventura feita com jeitão de história em quadrinhos, nos enquadramentos inovadores e montagem frenética, com estética punk niilista típica do final dos anos 70, e que foi lançada timidamente, com pouquíssimos recursos e sem muito alarde - Miller filmava nos finais de semana, usando elenco amador e veículos emprestados ou descartados em ferros-velhos. Mas a obra cresceu no boca-a-boca, e quando chegou nos EUA (com o curioso subtítulo The Road Warrior, "guerreiro das estradas"), foi se formando um intenso e crescente culto ao filme, que levava cada vez mais jovens a assisti-lo em repetidas sessões nos cinemas. E assim nasceu e triunfou Max Rockatansky, um dos maiores heróis da cultura pop dos anos 80.


QUADROPHENIA (1979)

Baseada no aclamado álbum conceitual lançado pela banda inglesa The Who cinco anos antes, esta obra reacendeu no Reino Unido uma nostalgia pelo período abordado na história, que remetia às experiências pessoas dos integrantes do grupo - assim sendo, mesmo que Roger Daltrey (vocais), Keith Moon (bateria), John Entwistle (baixo) e o cabeça e líder Pete Townshend (guitarra e vocais) não estejam atuando no longa, a música deles permeia todo o filme, e eles estão presentes em espírito e angústia do jovem protagonista Jimmy (muito bem interpretado por Phil Daniels) o tempo inteiro, em suas aventuras e desventuras como membro atormentado e cheio de complexos de uma gangue de mods dos anos 60 - movimento juvenil na Inglaterra em que os adolescentes gostavam de se vestir bem, andar de motinhas estilo Vespa (scooters), e dançar soul music em bailinhos, em contraste com os rockers, movimento oposto de jovens mais barra pesada e inspirados nos roqueiros dos anos 50 (Elvis, Berry etc.), que bebiam bastante, usavam motos envenenadas, e caçavam muita briga. Esse recorte de um período da juventude britânica toda desalinhada ia a fundo nos dramas, contradições e incertezas do conflito de gerações típico daqueles anos, bem como na piração daqueles que não aguentaram a barra existencial, e sucumbiram mediante os surtos esquizofrênicos e uso de anfetaminas (outra fixação dos mods).

The Who


BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDRÓIDES (1982)


Talvez um dos mais famosos exemplares desta lista, este clássico de Ridley Scott (ver matéria aqui) não teve grande repercussão quando originalmente lançado nos cinemas, mas bastou chegar ao mercado de home video para disparar o culto em torno dele - algo que começou nos EUA, e depois no resto do mundo, incluindo Brasil. Ainda me lembro de ter sido um dos primeiros filmes que aluguei, na era do videocassete, assim que passei a frequentar as locadoras - e era uma cópia pirata, de imagem horrível, pois a Warner Home Video ainda estava iniciando atividades por aqui, e demoravam um pouco para atender a demanda. Muito já foi dito sobre esse filme, sendo simplesmente chover no molhado citar a história do detetive Deckard (papel de Harrison Ford), partindo em busca de um grupo de andróides fugitivos (os "replicantes"), liderados por um assustador Rutger Hauer, que anseiam por saber a sua data de validade (até quando estão programados para viver), de seu fabricante, o cientista Dr. Eldon Tyrell (Joe Turkel). A trama aparentemente simples acaba sendo enriquecida com uma atmosfera visual  futurista extraordinária, num desenho de produção criativo que fascina gerações até hoje, e um profundo debate filosófico sobre a efemeridade da existência. Filmaço.
O assustador andróide Roy (Rutger Hauer), em cena


DEAD MAN (1995)

O quase underground cineasta Jim Jarmusch é notório por realizar filmes altamente fora da curva, subvertendo gêneros e criando narrativas tão loucas e brisadas, que se eu te disser que este Dead Man - uma das mais elogiadas obras dele - é um "faroeste que não é faroeste", podes crer, eu estou falando sério. Desafiando todas as convenções do gênero, e filmado em lentes preto-e-branco com uma fotografia de clima onírico belíssima, ele nos convida a acompanhar as andanças do errante contador William Blake (personagem de Johnny Depp), acidentalmente atingido por pistoleiros, e que então é ajudado pelo índio Nodoby ('ninguém'), que acredita piamente ser ele o famoso escritor inglês William Blake... O que acontece a partir daí é uma verdadeira jornada mística e filosófica dos dois perambulando pelo Velho Oeste, sempre embalada pela guitarra inebriante da trilha sonora instrumental de Neil Young. Não espere ação, tiroteios, clichês de vingança ou duelos instigantes... aqui, o clima é outro. Apenas relaxe e se deixe levar.


MONTY PYTHON E O CÁLICE SAGRADO (Monty Python and the Holy Grail, 1974)

A mais anárquica trupe de comediantes britânicos que já existiu, o Monty Python saiu dos sketches de seu popular programa de TV no Reino Unido para as telas de cinema com esta arrasadora sátira dos filmes de guerreiros nórdicos, capa e espada, que simplesmente demole a lenda do Rei Arthur e Cavaleiros da Távola Redonda. A mítica busca pelo cálice do Santo Graal é convertida em uma sucessão hilariante de piadas, momentos absurdos e sem noção, com muita acidez e ironia, detonando todos os mitos da Idade Média. Ninguém sai ileso - nem o próprio grupo no final, com piadas matadoras que rompem brincando as barreiras da metalinguagem. Imperdível para quem adora uma bela zoeira.


ELES VIVEM (They Live, 1988)

Um cineasta da escola de Roger Corman, que sempre fez da inovação, baixo orçamento e independência dos grandes estúdios  regras básicas para criar filmes clássicos que sacudiram o cinema de horror e ficção científica (Halloween, Enigma do Outro Mundo, Christine - o Carro Assassino, dentre outros), o lendário americano Jonn Carpenter cometeu, em 1988, essa aventura sci-fi com jeitão de "trasheira" chamada They Live, que já bateu recorde por simplesmente ter uma das cenas de luta 'mano a mano' mais longas da história (aproximadamente vinte minutos de pancadaria), entre os atores Roddy Piper e Keith David, e que joga a gente, sem reservas, numa história insana, envolvendo óculos com lentes que revelam a verdadeira 'realidade' oculta, na qual a civilização conservadora capitalista está imersa, sociedades secretas, e manipulação da humanidade por alienígenas do mal. Acredite: é um dos filmes mais doidos que eu já vi, e tem uma legião de fãs ao redor do mundo, que ainda estão à procura de óculos como esses!


A MORTE DO DEMÔNIO (Evil Dead, 1983)

Show de criatividade e banho de sangue, que revelou o cineasta Sam Raimi (futuro diretor da trilogia clássica de filmes do Homem-Aranha, com Tobey Maguire) ao mundo. Lançado no Brasil com esse título esquisito, catapultou as suas duas sequências, filmadas com orçamento bem maior, e mais reconhecidas - mas o clima grotesco, improvisado, e bem mais assustador, do filme original, angariou admiradores no mundo inteiro, que de vez em quando ainda pegam câmeras baratas e tentam reproduzir o que Raimi fez aqui: um verdadeiro massacre de jovens numa cabana onde eles inadvertidamente liberam a maldição do Necronomicon, o Livro dos Mortos, sendo possuídos e se tornando, um por um, zumbis demoníacos aterradores. Ponto a mais também para o carisma canastra do fantástico Bruce Campbell, ator que se tornaria o símbolo da série, como uma nova espécie de herói gore, repleto de caretas e gritos desesperadores.


MEDO E DELÍRIO EM LAS VEGAS (Fear and Loathing in Las Vegas, 1998)

Nos anos 70, o livro "Medo e Delírio em Las Vegas: Uma Jornada Selvagem ao Coração do Sonho Americano", do jornalista Hunter S. Thompson, era uma das obras contraculturais mais conhecidas entre os vanguardistas e drop-outs da América: a descrição bizarra e toda entrecortada de alucinações causadas por psicotrópicos, em uma viagem do autor - sob o pseudônimo de Raoul Duke - ao lado de um amigo seu (o misterioso advogado "Dr. Gonzo"), rumo a Las Vegas. Durante o trajeto, muitos encontros com personagens cômicas e bizarras, muito papo sobre o fracasso dos sonhos 'paz e amor' dos anos 60, e muito, mas muito consumo de coisa errada e ilegal. Ninguém imaginaria que um dos malucos egressos do grupo inglês Monty Python (sobre o qual falamos aqui um pouco antes, do filme 'Cálice Sagrado'), o diretor Terry Gilliam, pilotaria uma versão cinematográfica dessa sandice em 1998, contando com Johnny Depp (ele de novo, no papel de Duke) e Benicio Del Toro (impagável como o Dr. Gonzo) no elenco principal. Ainda ocorrem pontas hilárias de estrelas como Tobey Maguire, Christina Ricci e Gary Busey, nessa cômica empreitada rumo aos confins do absurdo e da falta de noção. 


PSICOPATA AMERICANO (American Psycho, 2000)

E se até agora, cult movie tem significado, para quem está lendo, de filmes diferentões e mais "fora da casinha", nada melhor para fechar a lista do que esta verdadeira obra-prima da diretora Mary Harron, que teve o mérito de consagrar mundialmente o talento do grande ator Christian Bale. Baseado em um romance com o mesmo nome de Bret Easton Ellis, é uma história que inicialmente se constitui como uma das mais ferozes críticas à geração dos yuppies dos anos 80 nos EUA: jovens ambiciosos e arrogantes, que não tinham limites em sua sede de poder e ascensão social em Wall Street, disputando ganhos em grandes instituições financeiras, levando vidas nababescas de luxo e ostentação, e concorrendo entre si com cartões de apresentação (e de crédito) cada vez mais vistosos. Logo adiante, no entanto, a gente vai percebendo como esse estilo de vida hedonista vai distorcendo cada vez mais a já frágil mente do jovem banqueiro Patrick Bateman (Bale), que mergulha numa espiral macabra de devaneios, assassinatos em série de prostitutas, mendigos e até colegas, ficando cada vez mais desorientado - até chegarmos ao final do filme, com uma das conclusões mais em aberto até hoje da história do cinema, que já deu margem a inúmeras interpretações. 'Psicopata Americano' é um desses filmes incríveis e marcantes, que deixam a gente com uma constante pulga na orelha - e um receio, nunca mais esquecido, das tais pessoas ditas 'normais'.

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...E algumas palavrinhas sobre Val

Obviamente, como fãs de cinema que somos, não poderíamos deixar de ao menos citar aqui a triste e inesperada passagem de um excelente ator, que marcou toda uma geração, e nos deixou recentemente, no dia 1° de abril de 2025, em consequência de uma pneumonia que se agravou: Val Kilmer. Excêntrico, dedicado e temperamental, tinha o dom de conferir características marcantes a cada um dos personagens que interpretava, numa carreira pontuada por grandes sucessos: a incrível comédia Top Secret (1984), Academia de Gênios (1985), Top Gun - Ases Indomáveis (1986, como o lendário oponente de Tom Cruise, o 'Iceman'), Willow - Na Terra da Magia (1988), o excelente western Tombstone (1993), Fogo contra Fogo (1995, ao lado de Robert DeNiro e Al Pacino), e A Sombra e a Escuridão (1996, com seu amigo Michael Douglas), Mas será para sempre lembrado mesmo por suas duas atuações mais icônicas: interpretando o homem-morcego, em Batman Eternamente (1995), e um pouco antes, como o cantor Jim Morrison, em The Doors (1991), de Oliver Stone - papel para o qual usou o "método", e imergiu tão profundamente na atuação, memorizando, imitando a voz, os trejeitos, e o estilo de vida de Morrison, que chegou a assustar os antigos colegas de banda dele, e teve que fazer terapia para se libertar. 

Ele já andava meio esquecido e afastado do cinema, das grandes produções - desde 2016, perdera a voz devido a um câncer de garganta, e se comunicava com a ajuda de aparelhos eletrônicos. Em 2021, foi lançado um tocante documentário sobre sua vida, muito aclamado, intitulado simplesmente Val - e que hoje, serve já como uma elegia à sua carreira. Em 2022, a grande e mais comovente homenagem, como se os deuses da arte estivessem prevendo a sua partida: Tom Cruise o chama para reprisar o seu papel de Iceman, na continuação de Top Gun, Maverick, em uma das melhores e mais emocionantes cenas do filme. 

R.I.P. Val.





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