segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

A IMPECÁVEL 'TRILOGIA DOS DÓLARES'

 

Foi com grande satisfação que fiquei sabendo, semana passada, que a célebre e impecável 'Trilogia dos Dólares' está disponível para assinantes do serviço de streaming da Amazon Prime - e o que é melhor, sem pagar nenhuma taxa de adesão a mais de outros serviços parceiros do catálogo, para assistir (como ocorre com alguns outros títulos da plataforma). 

É uma oportunidade de ouro, para amantes de spaghetti westerns clássicos como eu, de rever as 3 pedras fundamentais do gênero: Por um Punhado de Dólares (A Fistful of Dollars, 1964), Por um Punhado de Dólares a Mais (For a Few Dollars More, 1965), e Três Homens em Conflito (The Good, the Bad and the Ugly, 1967). 

Nesses filmes, o que temos, é aquela que é considerada também uma santíssima trindade do bangue-bangue, reunida para consagrar essas obras: o diretor Sergio Leone, o maestro e compositor Ennio Morricone, e o astro Clint Eastwood, ainda no alvorecer de sua mítica carreira. 

Posando para a posteridade, o trio lendário de atores de 'Três Homens em Conflito': 
da esquerda para a direita, Clint Eastwood, Eli Wallach, e Lee Van Cleef - o bom, o feio, e o mau.

São três obras-primas que estabeleceram um novo modelo de se fazer filmes de faroeste, com um maior nível de realismo, violência estilizada, movimentos e enfoques de câmera inovadores, e uma montagem revolucionária, exaltando o "clima" de tensão e suspense entre os personagens, com longos closes (muitas vezes focando bem nos olhos), como forma de expressar as emoções que não estavam presentes nos diálogos - muitas vezes suprimidos ou inexistentes, diante de intermináveis planos e sequências, silenciosas ou musicadas. 

O épico e memorável tema musical de 'Três Homens em Conflito' (1967)

E quando há música... ah, que música! O genial italiano Ennio Morricone (falecido em 2020), hoje tido já como um dos maiores e mais inovadores compositores de trilhas sonoras originais para o cinema, consegue transformar a trilha sonora dessa trilogia, assim como em outros faroestes e filmes com suas composições, em um personagem à parte, que pontua os focos de ação e praticamente "fala" com as cenas. Assobios melodiosos e marcantes, corais paródicos e orquestras retumbando o trotar de cavalos, emolduradas por interlúdios e acordes cortantes de guitarras elétricas (uma ousada inovação para a época): tudo isso faz parte do espírito dos lendários temas que Morricone criou e gravou para esses filmes. É difícil um terráqueo que ainda não tenha ouvido algum deles, de tão icônicos e constantemente citados e relembrados que são.

Os dois grandes, em foto de 1974: Ennio Morricone (compositor), e Sergio Leone (diretor)

Morricone e o diretor Sergio Leone (falecido em 1989) eram amigos e se conheciam de longa data, estudaram no colégio juntos, e para aqueles dois jovens, nascidos e criados em Roma, o sonho de recriar e dar uma nova roupagem àqueles clássicos de bangue-bangue norte-americano que eles viam nas grandes telas, de velhos mestres como John Ford, Henry Hathaway e George Stevens, se tornaria uma realidade a partir da década de 1960.

Leone, um turrão e perfeccionista diretor, que desenvolveria seu estilo a partir de vários jogos de câmera, com tomadas inovadoras e contemplativas, e roteiros que às vezes beiravam o minimalismo (um mínimo de falas e maior enfoque na movimentação cênica dos personagens), lutava para encontrar um ator americano que desse certo destaque para o tipo de faroeste que ele queria rodar ali mesmo, na Itália, sendo que já estava começando naquela época a onda de atores americanos que, sem conseguir boas colocações e papéis importantes nas produções de Hollywood, acabavam aceitando contratos na Europa com chances de maior visibilidade, em obras de diretores franceses, italianos ou alemães. Fazia apenas três anos que o movimento da nouvelle vague francesa, com diretores como Jean-Luc Godard e Louis Malle, havia estourado na mídia da época, trazendo uma nova forma de se filmar histórias, mais simples e direta, e isso não passara desapercebido na fauna da Babilônia hollywoodiana.

Clint Eastwood

Para o tipo sinistro do pistoleiro silencioso e sem nome, ás no gatilho e que carrega muitas mortes nos ombros, sempre chegando em algum vilarejo inóspito com interesse em dinheiro e ouro, Leone acabaria encontrando, no jovem ator americano Clint Eastwood, a figura ideal para o seu projeto. O calmo e esguio Eastwood - um sujeito de fala mansa que, não raro, era visto cochilando debaixo de seu chapéu, nos bastidores dos seriados western de TV, como Rawhide, e pequenos filmes dos quais participava, nos EUA - assinou um contrato simples de apenas 15 mil dólares para o primeiro filme, 'Por um Punhado de Dólares' - na época, valor considerado baixo, mas razoável para os padrões italianos de produções de baixo orçamento.

Para o papel, que exigia uma atuação minimalista, mas para a qual o ator caprichou nos olhares intimidadores e algumas expressões de desconfiança e desdém (que acabariam se tornando uma marca registrada), Eastwood deixou a barba por fazer e aperfeiçoou o tom de voz macio, mas ameaçador. Um grande problema nos sets de filmagem, hoje conhecido pelos biógrafos do cinema, era a barreira da língua: ele e Leone se valiam de intérpretes para se comunicarem e trocarem ideias na hora de filmar, pois nenhum deles entendia o idioma do outro. Que loucura.

Ninguém imaginava que 'Per un Pugno di Dollari' (título original do filme, na Itália) iria arrebentar nos cinemas, e vender tanto ingresso: lançado em 12 de setembro de 1964, se tornou o maior sucesso nas telonas da Itália daquele ano, e lançado com certo atraso nos EUA, chegou a render 4,5 milhões de dólares por lá, um recorde em filmes de faroeste, naqueles tempos. Um verdadeiro fenômeno para um filme que custara míseros 200.000 dólares!

Com um fiapo de roteiro, calcado no pistoleiro silencioso de Eastwood que chega em uma pequena cidade mexicana ameaçada por bandidos, e se vê enredado numa disputa entre duas famílias locais com as piores intenções possíveis, e muito sangue de vingança rolando na metade final do filme, "Por um punhado" provou que Leone e sua equipe estavam no caminho certo, e que aquele era um novo filão que valia a pena explorar, ou seja, a aventura continuaria. E que o digam também o sem-número de cópias, paródias e imitações malfeitas que também apareceriam depois na Itália, marcando de forma pejorativa o gênero faroeste espaguete...

Momento de descontração no set: Eastwood dirigido por Leone

Lançado em 18 de dezembro de 1965, 'Per Qualche Dollari in Piú' traz um roteiro mais bem trabalhado, com uma produção um pouco mais caprichada, e uma nova adição ao time de Leone, que abrilhanta consideravelmente a narrativa do filme - ao lado de Eastwood está agora outro ator americano, o impagável Lee Van Cleef, com sua cara de mau, figura que também havia estrelado um sem-número de pequenos papéis em faroestes americanos de sucesso (ele era um dos bandidões da quadrilha, no clássico Shane - Os Brutos Também Amam, de 1953), mas sem nunca conseguir chegar ao posto de protagonista, ou em nenhum papel de maior destaque. Agora, nos faroestes da Itália, assim como Eastwood, ele ganharia a sua merecida notoriedade.

Lee Van Cleef

Em "Por uns Dólares a Mais", Eastwood e Van Cleef dividem o protagonismo da trama, que novamente se desenrola em torno de conseguir fortunas em ouro e dinheiro, mas também em uma vingança pessoal de um deles, envolvendo o psicótico líder de uma gangue de bandoleiros, visceralmente desempenhado pelo excelente Gian Maria Volonté, na pele do assustador 'El Índio'. Com uma história mais bem desenvolvida que a do filme anterior, mas com todos os elementos clássicos presentes (os enquadramentos hipnóticos, a música onipresente de Morricone, a violência detalhista e o cinismo dos personagens), mais uma vez o sucesso é estrondoso.

Gian Maria Volonté - 'El Indio'


Esse filme rendeu ainda mais quando lançado nos EUA, superando o box office do anterior (algo na casa dos 6 milhões de dólares), e pavimentou o caminho para que Leone fizesse aquele que seria considerado o terceiro filme da narrativa envolvendo dólares, vingança e cobiça, uma película que se tornaria uma de suas obras-primas, e o mais bem feito exemplar da trilogia...

Ao aparecer nas telas dos cinemas em 1967, 'Il Buono, il Brutto e il Cattivo' (o bom, o feio e o mau, que na tradução para o título em inglês acabaria trocando a sequência para "o bom, o mau e o feio"), trazia mais um ator americano que era eterno coadjuvante em sua terra natal, mas que se tornaria destaque a partir de agora: o talentosíssimo Eli Wallach. No papel do "feio", o malandro, parvalhão e desajeitado bandido Tuco, não é exagero afirmar que, na maior parte do tempo, Wallach acaba roubando o filme todinho para si, e se torna o verdadeiro protagonista de "Três Homens" - talvez, o único ator "de verdade" entre Eastwood e Van Cleef (que são mais carrancas de durões), capaz de despertar no espectador variadas emoções, do ódio à compaixão, da gargalhada ao mais profundo temor e apreensão. Ele resume, nos seus preciosos momentos em tela, toda a miséria humana da ganância e da dissimulação, agindo como um lobo intrépido ou um simpático cordeiro, ao sabor das conveniências.

Eli Wallach

Ter uma atuação de excelência como essa era o que Leone estava precisando, para cunhar o mais belo e bem acabado episódio de sua trilogia sanguinária sobre o Velho Oeste, além de um esquema de filmagem mais esmerado, praticamente de megaprodução, naquele que é o mais longo e caprichado dos 3 filmes: 2 horas e 41 minutos que, sinceramente, a gente nem vê passar, de tão cativante, cômica, violenta e absurda que é a sua trama, contando as desventuras dos três personagens do título. Com vários encontros e desencontros, eles se colocam em busca de uma fortuna em ouro enterrada em um cemitério, e da qual apenas um deles sabe o segredo de como encontrar: o "bom" (Eastwood, que pela primeira vez ganha um nome na trilogia, Blonde), o "mau" (Van Cleef, perfeito no papel de vilão!), e o "feio" (Wallach, o mais humano e desastrado - e justamente por isso, aquele com o qual a gente mais se identifica).




Épico total, esse filme permanece até hoje como um dos mais citados e reverenciados do mundo quando o assunto é "faroeste". Leone mais uma vez se superou, provou que era um cineasta de estilo próprio, em franco e total aperfeiçoamento de seu ofício, e encerraria ali a sua famosa "trilogia dos dólares" com Clint Eastwood. 

Mas... dali a apenas um ano depois, ainda que sem uma nova parceria com Eastwood - que a essa altura, já estava voltando para o cinema americano, rico e celebrizado, pronto para alçar novos vôos - Leone e seu habitual parceiro Ennio Morricone começariam a trabalhar em um nova produção, mais uma vez um western, mas totalmente diferente e mais ambicioso, diferente de tudo que já havia sido feito: um tal projeto chamado Era Uma Vez no Oeste...

E isso é um belo assunto para outro dia.




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sábado, 4 de janeiro de 2025

IRMÃOS SCOTT: MESTRES DO ESTILO

 
Os irmãos Scott: Tony (com o prêmio na mão), e Ridley


* Este texto contém trechos que podem ser considerados gatilhos emocionais por certos leitores e leitoras mais sensíveis. Em caso de problemas, não hesite em buscar ajuda - você é muito importante, talvez apenas não esteja enxergando isso. Ligue 188 - CVD, Centro de Valorização da Vida.


Época de final de ano, com alguns dias de férias e um tempinho disponível para fazer faxina, "tirar a poeira", dar uma organizada nos pensamentos e reviver o passado, com o presente e o futuro juntos; sempre bom fazer isso, e nessas é que eu consegui finalmente rever uma pérola que eu queria assistir novamente fazia tempo: Amor à Queima-Roupa (True Romance, 1993), filmaço hoje já considerado clássico, do grande e saudoso diretor Tony Scott - irmão de outro diretor fera do cinema, o também aclamado Ridley Scott.

Pra começar, a história é um roteiro original todinho do genial Quentin Tarantino (já ouviu falar, né?), que só não assinou a direção também porque estava muito envolvido com aquela obra-prima que o consagraria pelo resto da vida, o filme Pulp Fiction - Tempo de Violência, sensação no Oscar 1994. E então, a tarefa árdua coube ao tarimbado Tony Scott. E é aqui que começa a nossa análise.

Amor à Queima Roupa (1993) - trailer

'True Romance' é uma típica estória tarantinesca de personagens caricatos, diálogos feitos para chocar e memorizar, extrema violência gráfica, e um clima de celebração/gozação dos símbolos pop norte-americanos, com muita citação de Elvis, rock n' roll, séries de TV e filmes antigos, máfia e cheeseburgers, onde o pobre coitado Clarence (personagem vivido por Christian Slater), funcionário de um sebo de quadrinhos, discos e camisetas, e fã de cultura pop (claramente inspirado no próprio Tarantino) vive um tórrido romance com a prostituta boazinha - e doidinha - Alabama (desempenhada com charme e graça por Patricia Arquette), que acaba envolvendo a guarda de uma mala milionária estufada de cocaína pelos dois, e obviamente perseguida por mafiosos sanguinários e policiais de Los Angeles. No meio disso tudo, há um elenco estelar que hoje a gente custa a acreditar que estariam juntos algum dia: Gary Oldman, Dennis Hopper, Brad Pitt, James Gandolfini, Christopher Walken e até Samuel L. Jackson numa pontinha - uma autêntica constelação, valeu? Mas aí nos perguntamos: e o Tony Scott, onde entra com que destaque nessa? 

Tony Scott

Tony desempenhou com esmero uma tarefa que sempre coube a ele e a seu irmão mais velho Ridley, também diretor de cinema: criarem, em cada filme que realizam, um cenário de sonhos e plasticidade linda, verdadeiros mestres de um estilo de filmar que eles desenvolveram desde que eram jovens assistentes cinematográficos na BBC de Londres, e que ambos levaram de bandeja para a indústria do cinemão norte-americano. Para aqueles que não sabem, Tony e Ridley Scott são egressos de uma escola refinadíssima de artesãos britânicos da imagem, um pessoal que trabalhava com publicidade, propaganda e programas revolucionários de TV (como o espetacular 'Monty Python Flying Circus', da célebre trupe humorística) e a nascente linguagem frenética do videoclipe de pioneiros astros de rock dos anos 60 e 70, subvertendo padrões de fotografia e montagem, e acabaram conduzindo toda essa revolução de uma nova linguagem de sons e cores para o cinema: caras como os diretores Terry Gillian, Stephen Frears, Clive Barker e Alan Parker (este também já falecido).

Dirigindo Tom Cruise, no sucesso 'Top Gun' (1984)

Ele se tornaram ícones da Inglaterra, que sempre buscaram a inovação na forma de filmar uma história, alterando e enriquecendo as imagens com o uso de técnicas criativas de filtros e trabalhos com muito contraste de luz e sombras, construindo atmosferas e panoramas belíssimos em seus filmes. Em suma: quando você vê um filme de Tony ou de Ridley Scott, a sensação pode ser a de estar assistindo um longo e bem elaborado videoclip ou propaganda de TV, que nos transportam para outros mundos e universos, com muita imagem e som que induzem à imersão total.

Dentre algumas das melhores obras de Tony Scott, estão outros grandes sucessos do cinema inesquecíveis, como o primeiro Top Gun - Ases Indomáveis (com Tom Cruise, 1984), o cult movie The Hunger - Fome de Viver (com David Bowie, Catherine Deneuve e Susan Sarandon, 1983), Um Tira da Pesada 2 (com Eddie Murphy, 1987) e Dias de Trovão (mais uma parceria com Tom Cruise, em 1990). 

Fome de Viver (1983)

Basta assistir a qualquer um desses filmes para se ter uma noção do apurado senso estético de Tony no trabalho com as imagens (e sempre unidas à música), de forma a criar climas de suspense, ação, desejo romântico, ou simplesmente cenas que aparentemente nem tinham muito a dizer, mas estavam ali cumprindo um firme propósito de prender a atenção do espectador. Pode-se dizer que tanto ele quanto o seu irmão, Ridley, nunca foram realmente cineastas "autores", no sentido de quererem trabalhar mais a caracterização de personagens ou se apropriar de toda a história e seu significado (sempre deixaram isso mais a cargo dos roteiristas e assistentes de direção), mas sim, se aprimoraram no artesanato de construir climas e ambiências em seus filmes. 

Um Tira da Pesada 2 (1987)

A história de Tony Scott chegaria a um triste desfecho em 19 de agosto de 2012, quando ele cometeu suicídio ao pular da ponte Vincent Thomas, uma das maiores pontes pênsil da California, que liga as cidades de San Pedro e Los Angeles, sumindo logo a seguir nas águas geladas daquela noite. Era um cara tímido e fechado, que sempre era visto nos sets de filmagem com o seu surradíssimo bonezinho vermelho de baseball, e estava em seu terceiro casamento. Uma irreparável perda.

Já o seu irmão mais velho, o renomado Ridley Scott (condecorado 'Sir Ridley Leighton Scott' pela Ordem do Império Britânico, em 2003) sempre foi considerado mais agressivo e "pomposo", dono de algumas declarações até polêmicas, e possui uma carreira cinematográfica ainda mais famosa e aclamada do que a de Tony. Basta alinharmos aqui os nomes de películas dele que são consideradas 3 obras-primas incontestáveis da sétima arte, para se ter uma noção: Alien, o 8º Passageiro (1979), Blade Runner, o Caçador de Andróides (1982), e Gladiador (2000). Simplesmente isso. 

Blade Runner (1982)

Mas tem mais, muito mais no currículo de Sir Ridley - que tal dizer que foi ele quem comandou A Lenda (também com Tom Cruise, 1985), Thelma & Louise (1991), Black Hawk Down - Falcão Negro em Perigo (2001) e Robin Hood (com Russel Crowe, 2010)?

Eterno apaixonado pelos gêneros de horror e ficção científica, Ridley também acabaria retornando ao arco de histórias do seu extraterrestre de estimação, visto que demonstrava publicamente a sua insatisfação com os filmes que se seguiram como sequências na franquia de seu multimilionário Alien, o original de 1979 - dirigiu Prometheus (2012), e Alien: Covenant (2017), que funcionariam como uma espécie de "prequela" dos eventos do filme de 1979, e que foram recebidos por público e crítica com certas reservas. Mas ok, Ridley pelo menos cumpriu a visão dos desejos que estavam o atormentando, para tentar dizer algo a mais na série que ele mesmo iniciou. 

Alien (1979)

Nos últimos anos, Ridley entrou numa vibe de filmes mais épicos e históricos, e ele acabou criando e lançando a sua contraditória e altamente criticada versão de Napoleão (2023), com o premiado Joaquim Phoenix no papel-título - adaptação que, ao contrário do que muitos esperavam que se aproximasse de algo mais rebuscado, no estilo do que o lendário Stanley Kubrick faria (leia aqui), acabou se revelando um projeto frio e depreciativo de um britânico cavaleiro "Sir Ridley", com notórias inconsistências históricas, que tinha a insuspeita pretensão de rebaixar a imagem do baixinho conquistador e ditador, numa desnecessária tentativa de exacerbar a já antiquada rivalidade entre ingleses e franceses. Algo que provavelmente faria o Capitão Nascimento (da Tropa de Elite) encarar Ridley e falar que ele é moleque, "é moleque!, não é caveira não"...

Sir Ridley Scott agora tenta se redimir e elevar novamente seu cacife com o recente Gladiador 2 (2024), a impensável continuação do seu oscarizado clássico de 2001, com Russel Crowe. Opiniões se dividem, e confesso que ainda não vi. 


Mas Ridley? Putz, cara... Ridley não está nem aí. 

Quisera eu estar no estágio de um cara desses, gênio que já rendeu absurdo para a arte mundial, e pode fazer o que bem der na telha.


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