sexta-feira, 1 de março de 2024

O TAL APAGÃO DA INTERNET

E aí, como vai a sua internet? Vai bem, obrigado? Espero que sim. 

Nos últimos meses, ruidosos rumores tem assombrado nossas vidas virtuais sobre um iminente blackout de conectividade, tanto mundial quanto por aqui, em nossas pradarias brazucas. Será que este pode ser um dos últimos textos que você vai ler antes de ter que voltar ao esquema vintage de 'rádio/TV/ revistas e jornais de papel', além da conversinha normal no telefone? 

Correntes de conspiração e fake news tratam de alardear esse cataclisma. Mas o que há de realmente VERDADE em todo esse falatório? Vamos lá.

Sobre a história de "tempestades solares", que no caso afetariam a internet em boa parte do globo terrestre, podemos nos acalmar. Exageraram na coisa. A começar pelo site no Brasil que primeiramente publicou uma reportagem, em outubro do ano passado, sobre isso - o Metrópoles, com umas tais afirmações do pesquisador Peter Backer, da Universidade George Mason (Virginia, EUA), de que fenômenos no Sol poderiam afetar as ondas e demais telecomunicações terrestres.

De antemão, muito cuidado com o que você lê no Metrópoles. É uma dessas mídias que, de vez em quando dá umas, digamos, "amarronzadas" no que publica. E depois que eles espalham, um monte de outros sites vem, e replicam essas informações. Tem hora que são sérios? Tem. Mas tem hora que é melhor ficar com um pé (ou os dois) atrás, em relação ao que postam.

Tempestades solares são relativamente comuns, e a probabilidade de realmente afetarem os sinais de conectividade em nosso planeta são baixas. O ciclo solar registrado para esse início de ano inclusive, pela National Oceanic and Atmosphere Administration (NOAA), órgão de estudos científicos dos EUA que monitora atividades climáticas, se encontra menos ativo do que o de anos anteriores. Portanto, em relação a isso, não há motivo para pânico.

Analisemos agora o que ocorre aqui no Brasil. E aí sim, os temores se tornam um pouco mais fundados.

O Governo do Ceará tem, desde o ano passado, um projeto para construção de uma das maiores usinas de dessalinização de água marítima do mundo, em Fortaleza, mais especificamente na região da Praia do Futuro, local onde chega um grande backbone - ou enlace de cabeamento, com 17 cabos que interligam a internet de países de fora com a nossa, se constituindo em um dos maiores hubs de sistemas óticos submarinos do mundo (fica atrás apenas de outro, localizado em Marselha, na França). 

Praia do Futuro, em Fortaleza (CE)

O projeto do governo cearense é ousado, e inegavelmente benéfico para a população, pois geraria um aporte de 35% a mais de água para o consumo humano, no Estado do Ceará. Entretanto, segundo o Ministério das Telecomunicações e diversas operadoras de banda larga e entidades mantenedoras de data centers corporativos, traz grandes riscos de danificar a estrutura de cabos que passa por baixo da água na Praia do Futuro. E que traz cerca de 99% do sinal de internet que transita em nosso país. Ou seja, praticamente tudo.

Estrutura de cabeamento submarino de internet

A construção deveria começar agora já, em março de 2024. Mas o barulho se alastrou tanto, e o embate entre governo estadual e federal mais operadoras ficou tão forte, que o governo do Ceará está sendo obrigado a readaptar o projeto. O Ministério das Comunicações alega que a obra deveria ser feita em outro local, mas o governo cearense diz que não há mais como transferir o projeto para outra área. As operadoras e data centers começaram a entrar com processos para embargar a obra, pois um pequeno dano em algum dos cabos poderia levar dias, ou semanas, para ser consertado, e reduziria drasticamente a velocidade da rede em todo o país. O governo cearense afirma que já reajustou o projeto para afastar os dutos de captação da usina para mais de 500 metros de distância dos cabos da internet (no projeto original, eles estavam a apenas 40 metros de distância). O governo brasileiro e as operadoras batem o pé, e afirmam que ainda assim há riscos. 

E essa briga é feia, vai longe, e nós ficamos aqui, só observando.

Elon Musk

Mas confessa aí: você é dessas pessoas que, numa situação dessas de apagão, sofreria demais da conta? Tem ranger de dentes, gastura, e agonia se ficar sem internet? Pode haver uma solução, e ela vem de cima.

Isso não é uma propaganda, não estou ganhando nada, mas tão somente uma alternativa para quem uma hora precise: já ouviu falar daquele sistema mundial de links de internet via satélite do malão do Elon Musk, mega-bilionário empresário do ramo das tecnologias e foguetes espaciais, e parça da Nasa? É o sistema de redes da Star Link, e já está presente no Brasil e em diversas partes do mundo. Acesse aqui para dar uma olhada.

Modelo de satélite da Star Link

No site, te mostram um mapinha onde você pode visualizar se a sua localização tem a oferta de sinal ativa e disponível, e oferecem várias possibilidades de planos para contratar uma internet que vem lá do espaço sideral, direto para o local onde você está, no globo terrestre. Você recebe um kit com a anteninha, roteador, e as instruções para pegar o sinal deles, e assim sendo, não precisa de cabos vindos de operadora, nem nada mais. Para o Brasil, as velocidades oferecidas ainda são moderadas - dependendo da área escolhida, geralmente, não ultrapassam os 300 mega, pois a malha de satélites que cobrem a nossa região ainda está em expansão. Mas muito melhor do que nada, né?

Antena para captar o sinal da Star Link

A internet é uma realidade irreversível, e veio para ficar, assim como a energia elétrica. Portanto, os rumores, por piores que sejam, vão acabar sempre cedendo para a inevitabilidade dessa realidade: não se preocupem, sempre vai ter um jeito de se conectar... Boa navegada!  


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