terça-feira, 28 de novembro de 2023

MILEI MIAU

 

Esse cara é o "gatinho" dono de 5 cachorros da raça mastim que, segundo ele, o aconselharão a governar, no ápice de toda a sua humildade felina.

Eita, mas como assim, "gatinho"? Porque ele rosnou e rosnou contra o presidente do Brasil, tal qual um verdadeiro tigre, vociferando contra o comunismo e a ladroagem, mas agora que ganhou as eleições, já vai se esgueirando, vai começando a falar mais mansinho, a diplomacia das conveniências vai se mostrando, e quando der fé... pronto, já está até convidando o Lula para a sua cerimônia de posse e ensaiando aquela postura de "bem, as coisas não são tão assim...".

"Milei convida Lula para posse, e fala em 'construção de laços' com o Brasil" (site da revista Veja, de 27/11/2023, aqui).

Vamos e convenhamos, gente. A Argentina precisa, e muito, do Brasil como parceiro comercial. Ainda mais no intrincado e terrível sufoco sócio-econômico em que se encontra. Não tem jeito de manter bravata de eleição, não. E uma coisa que parece que as pessoas em geral nunca tiveram o bom senso de aprender (ou querer entender), é de que todas essas coisas de pleito e mandato são fases distintas, são etapas que você vai passando, e mudando. Assim como num bom game. Assim como na vida. Vai ganhando os pontinhos, vai pulando pra lá e pra cá. Mas sempre mudando de fase.

Não tem como ser diferente. Eleição é na raça, é unhas e dentes pra ganhar voto e conseguir atravessar do portão pra dentro. Ganhou? Ah bom, agora sim a gente vai ver mesmo como é que se organiza, vamos chegando devagarinho pra ter uma melhor visão da coisa. E, principalmente, para não piorar o que já está danado, e esse é o grande lance. Tanto na Argentina quanto no Brasil falta maturidade política, em uma grande maioria, para entender que certas ideologias simplesmente não sobrevivem às agruras e sufocos do poder público. Basicamente, é a teoria apanhando da prática com soco inglês.

Pessoalmente, não duvido que Milei realmente comungue de ideais neoliberais de extrema direita, ele não pregou essa bandeira durante a sua empreitada política sem acreditar nela, não é isso. Mas tenho uma tênue impressão de que, caso ele esteja sob os lampejos do racionalismo que ele já demonstra ter, antes mesmo de ocupar a Casa Rosada, será mais cauteloso na condução dos rumos políticos de que a Argentina precisa para superar - ou pelo menos, amenizar - o caos financeiro no qual ela se encontra. A dolarização integral e impactante da economia, em tempos idos de governo Menem, já demonstrou que não é exatamente a panaceia para todos os males que foi tão alardeada durante a campanha eleitoral, pelo menos não sem as devidas reservas cambiais. Los hermanos precisam de dinheiro, de superávit urgente. E muito. E precisam estabelecer e solidificar as devidas parcerias para isso. A solução não é mágica, e não é do dia para a noite.

Portanto, o que vemos aqui é um duro desafio pela frente. E que não vai depender, exatamente, de se praticar diretrizes somente de direita, ou somente de esquerda. Se trata de fazer dinheiro (e muito), melhorar índices, sem deixar de investir na estrutura social também - porque país sem gente, não é país, nem nação, e todo mundo cai fora (vide Bolívia e Venezuela). Ouça bem o que seus cachorros tem a latir, Milei.

O interessante mesmo é que, quando a gente já passou por certas vivências, e já viu muita coisa acontecer no serviço público (como é meu caso), acaba se chegando a uma amarga conclusão: tanto as políticas de direita, quanto as de esquerda, se convertem em sutis manobras para satisfazer a intrigante engenharia de patrocinar interesses particulares travestidos de públicos.

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